A Casa do Empresário, representante do setor empresarial de Viçosa, enviou um ofício aos candidatos à Prefeitura de Viçosa para ouvir suas propostas, especialmente as voltadas ao classe empresarial. O documento foi encaminhado aos 9 postulantes ao cargo executivo com perguntas referentes a áreas de saúde, educação, economia e geração de empregos.
Confira as respostas enviadas pelo candidato a Prefeito Doutor Omar (Republicanos) e veja os principais planos para a gestão.
1. Inicialmente, gostaríamos de saber quais são os planos e projetos para contribuir com o desenvolvimento econômico de Viçosa?
Com todo respeito que todos merecem, principalmente os vereadores atuais e os antigos, bem assim os prefeitos que governaram Viçosa, considero uma irresponsabilidade não terem pensando em nossa gente, principalmente a mais carente, a da periferia. A ilusão de que a UFV nos bastaria, e de que seria ela nosso único pulmão, coadjuvado com os demais (e poucos) empregos que criamos, foi um erro lastimável. Quando mandamos embora o abatedouro da Pif-Paf, há mais de trinta anos, talvez houvesse justificativa, a de que a cidade tinha por volta de quarenta mil habitantes. Hoje somos mais de 80 mil almas, e nossa gente, jovens de ambos os sexos, homens e mulheres maduros, vivem as dificuldades do desemprego. Nem se diga que foi a pandemia da Covid-19. Como juiz criminal, vi os jovens se entregarem ao crime e ao desalento, tudo em razão da inércia dos nossos políticos. Cidades que têm universidade não cuidaram, como Lavras, por exemplo, de confiar apenas na instituição pública de ensino, partindo para a industrialização. A população de Lavras está mais confortável. Portanto, sejam confrontadas Lavras e Viçosa, e verão como estamos para trás. Indústria, emprego e renda, essa há de ser nossa estrada, de sorte que já no dia 02.01.2021, enviaremos à Câmara Municipal um Projeto de Lei que representará a arrancada para que saiamos desse lodaçal em que nos metemos. É preciso lembrar que as cidades que mais crescem são as que têm mais empregos?
2. Atentos ao atual contexto, quais as ações imediatas serão tomadas para reduzir os impactos da pandemia, focando principalmente na retomada econômica e na geração de empregos?
O que já era grave (a falta de empregos), agora mais se agravou. A primeira medida é confiar que não venha nova onda de disseminação do vírus, e rezar que seja para breve a descoberta da vacina, e que ela seja plenamente eficaz; a segunda providência, quando estivermos na Prefeitura, será avaliar como andam os cofres públicos, para, então, quem sabe, discutir com os noveis vereadores a possibilidade de redução temporária de alguns impostos, com o acerto da contrapartida que, nesse caso, será o comprometimento dos senhores empresários com a oferta dos antigos postos de trabalho, para que recuperemos o nível de emprego que tínhamos em janeiro desse ano de 2020.
3. Qual a sua posição com relação ao último Plano Diretor apresentado à Câmara Municipal e ao que está sendo elaborado?
Não existem leis perfeitas, e o Plano Diretor está longe de ser um documento intocável. Acredito que somente pelo diálogo e com o afastamento dos radicalismos, poderemos chegar à convergência de ideias que representem, de fato, aquilo que anseia a nossa sociedade.
4. Para você, como é possível equilibrar os três pilares do desenvolvimento sustentável: social, econômico e ambiental?
O desenvolvimento sustentável exige, é claro, que não se dilapidem no presente as dádivas naturais em detrimento das gerações futuras. Por outro lado, a preservação de nossas riquezas não podem, é claro, importar em miséria e em abandono de nossa gente. A administração deve se voltar para o bem comum, e se esse é o ideário, não se pode deixar de privilegiar, também, o homem e sua sobrevivência, principalmente aquele que se encontra em situação de penúria. "Nem tanto ao mar, nem tanto à terra", como diz o velho ditado. O desenvolvimento econômico deve ser prestigiado e, ao mesmo tempo, é preciso um sistema de freios para que esse crescimento não seja fonte de permanente violação ambiental. Volta-se a repetir que todo radicalismo deve ser contido. A sanha econômica, o abandono social e o excesso de melindres dos ambientalistas, tudo, enfim, deve ser peneirado, pesado e discutido, para que o interesse econômico não seja causa de asfixia para o meio ambiente, nem de dificuldades para a sobrevivência humana.
5. Todos sabemos que os problemas com a saúde (em sua grande maioria), estão ligados à falta de saneamento básico e esgoto. Nesse sentido, qual o plano para que tenhamos uma cidade com esses direitos resolvidos, melhorando à saúde para nossa população?
É inconcebível que uma cidade que se diz "educadora" despeje 99% dos seus dejetos (incluindo-se os dos banheiros) em nossos ribeirões, sem qualquer tratamento. O curioso, vejam bem, é que a própria UFV, que em tempos normais abriga uma população de mais de vinte mil pessoas, despeja tudo em nossos cursos líquidos "in natura". Esse descuido, esse desapreço com a saúde pública vai acabar em nossa administração. A UFV não se escusará de nos dar os braços para que acabemos com essa calamidade que tanto nos afeta, nos vexa e nos envergonha. Como tenho dito? Viçosa Merece Mais!
6. Viçosa como uma cidade polo na região e, agora fortalecida com os cursos na área de saúde, qual o plano de governo para que o nosso município se torne referência na área de saúde?
6Viçosa, em verdade, é um micro polo em saúde. Já notaram como as cidades mais vivazes, como Ponte Nova, Ubá etc., estão sempre na nossa frente? É claro que isso aconteceu, veja bem, graças ao descuido, à inércia e à irresponsabilidade dos nossos gestores, incluindo-se os membros de nossa Câmara Municipal, que nunca se preocuparam (depois que falei em janeiro desse ano, também passaram a falar) em tornar nossa cidade verdadeiramente dinâmica, verdadeiramente viva sob o aspecto industrial. Ponte Nova é o que é, bem assim Ubá e Muriaé, graças ao empreendedorismo. Só o emprego gera dignidade e renda! Será tão difícil compreender essa lógica? Ora, os governos federal e estadual têm por pressuposto prestigiar com mais recursos aquelas cidades que apresentam maior vivacidade econômica. Isso é certo ou errado? É claro que é certo, daí a repetição: as cidades que mais crescem e que têm os melhores recursos na saúde, são as que têm mais empregos.
7. Viçosa é uma cidade reconhecida por ser uma referência em educação e ensino. Diante desse contexto, quais os planos para minimizar os impactos causados pela pandemia que trouxe mudanças significativas o sistema de ensino?
Não acredito nessa frase, a de que sejamos referência em educação e ensino. Pode ser educadora uma cidade que despeja fezes em seus ribeirões? Que educação é essa? Pode ser considerado educado um povo assim descuidado? Bom, além do bom exemplo que deve partir da Prefeitura e da UFV, no que tange a esse crime contra sua população, estudantil ou não, acredito, agora falando de nossas escolas municipais, que já passou da hora de colocar nossos educandários no século XXI. Essa era em que vivemos, a da cibernética, precisa chegar às nossas crianças e aos nossos adolescentes (educação infantil e ensino fundamental). A criação de laboratórios de informática está em meu plano de metas, sendo necessário que aguardemos o evolver dessa crise na saúde, advinda com o coronavírus, para que, em 2021, tracemos rumos e metodologias para o imediato enfrentamento, tendo sempre em atenção a redução máxima de prejuízo quanto à aprendizagem e à evolução intelectual de nossa população infantil e adolescente.
8. Quais as propostas voltadas para a profissionalização de jovens para que eles tenham mais oportunidades de emprego em nossa cidade?
A Prefeitura de Viçosa criará cursos técnico-profissionalizantes em 2021. Chega dessa ridícula prédica de que todos devam atingir a Universidade e que todos devam ser "doutores". A todos devem ser conferidas as oportunidades para que ingressem e concluam a universidade, mas nem todos querem e nem todos têm o pendor. Demais, sabe-se que nos países mais avançados os técnicos acabam ganhando tanto quanto aqueles que frequentaram as universidades. O ensino técnico, com oferta de cursos profissionalizantes, devem atender todas as áreas: do servente de pedreiro ao mestre de obras; do eletricista ao marceneiro, e da mecatrônica à robótica ou à computação. Como se vê, há cursos para todos os gostos. É preciso que, a partir do ensino médio, sejam ofertadas vagas nesses cursos que a prefeitura irá disponibilizar, para que o jovem que não consiga ingressar na universidade e que não tenha condições de pagar uma faculdade particular, se prepare para o mercado de trabalho que, em Viçosa, com nossa eleição, há de ser muito promissor.